O Paraíso já não é mais o mesmo

Certo dia transitando pelas adjacências da estação Paraíso do metrô, me deu uma vontade de mastigar uma 'iguaria saudita'. Fui direto para uma casa que conhecia a mili anos, e os produtos era da melhor qualidade.
Rumei para Rua Domingos de Moraes 54, já estava até vislumbrando a mordida que daria no Kibe em nozes feito na Catedral.
E para minha surpresa, a loja estava fechada, em pleno sábadão 16h da tarde.
Não satisfeito questionei um 'flanela' que próximo dali estava:
- E meu, a Catedral ta abrindo mais tarde agora?
- Não ta sabendo? A Catedral fechou há uns dois meses.
Depois daquela resposta, fui o cidadão mais infeliz na cidade de São Paulo por alguns instantes.
Fiquei desorientado e perdi até a vontade de comer qualquer coisa originaria do oriente médio. Nem se ganhasse uma travessa de Halawe eu comeria; e olha que é o seguinte hein, depois do chocolate, o Halawe é o único doce que como com prazer.
Ta certo que ao lado da Catedral tem o Jaber, mas em minha opinião o Jaber já não é mais o que foi, virou conversinha pra boi dormir. O Jaber fez parte de minha infância, tanto da estação Paraíso quanto o Jaber da estação Ana Rosa, era lá que minha mãe me levava pra comer esfiha, o esquema era da hora, agora já era. Outro dia comi uma esfiha de carne no Jaber do Paraiso, e o bagulho tava pior do que as esfihas do Mister Sheik, mó gosto de sebo do caramba.
O Jaber da Ana Rosa eu não sei como anda, mas darei um conferi na lojinha.
Agora eu to ai, órfão da melhor casa de produtos do oriente médio da cidade de São Paulo. Podem falar das casas da região da 25 de março, Esfiha Imigrantes, Jaber, Rosima e outras, pois igual a Catedral vai ser difícil achar, mais de 60 anos na parada não é brincadeira.
No meu 'luto', conheci uma casa bacana e tem uma pegada firmeza, a Esfiha Juventus, fui lá uma vez só confesso, e gostei dos produtos.
Catedral, quem conheceu, conheceu, quem não, eu lamento.

[Ouvindo: Não Para - Bid]