Habitas agora a memória
a memória de todas as coisas
esquecidas, de todas as coisas
não recordadas, as coisas
perdidas pelos cantos,
abandonadas, apodrecidas,
amargas, putrescíveis.
e não mais nos entregamos
não mais nascemos um no outro
não mais lembramos a pele
na pele, a pele que nos cobria
e descobria quando as coisas
ainda eram esse mar azul e verde
que nos subia à boca, eram o sal
das coisas, de todas as coisas
agora desabitadas à beira-mar.

by: Alexandre [pt]

[Ouvindo: Quem perde que chora - Originais do Samba - (3:05)]